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Mostrando postagens de março 5, 2024

O homem que fazia versos

  Dedicado à Waldy Würdig Ribeiro Do funeral que agora passa diante da praça Pouco se sabe a respeito do morto. Uns falam que era poeta, Outros afirmam que era louco. O vizinho da quadra de cima, O dono da farmácia, O filho do padeiro E o rapaz do porto, Foram os únicos que apareceram Para levar o caixão do morto. Pequenino. Franzino. Assim era seu corpo. Não devia pesar, mais do que uns 40 e pouco. Atrás do cortejo duas, três beatas, A lavadeira e a senhora da feira. Uns falam que era poeta, Outros afirmam que era louco. E, assim vai passando... Encoberto pela garoa fina O que sobrou do homem de dedos tortos, Que escrevia versos, Desde o seu tempo de moço. Ao observar a cena, Digna de novela de época, me ponho a pensar: Quantas garotas ele imortalizou com sua rima? Quantas madrugadas vagou pelas ruas e esquinas, A procuração de inspiração? E, quantas canções arrancou do velho violão, Com seus dedos que Deus só lhe deu os tocos? Ele era um artista... E foi por escrever versos E falar e