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Mostrando postagens de janeiro 16, 2013

Ainda Uma Vez Adeus

Poema de Gonçalves Dias  I  Enfim te vejo! - enfim posso,  Curvado a teus pés, dizer-te,  Que não cessei de querer-te,  Pesar de quanto sofri.  Muito penei! Cruas ânsias,  Dos teus olhos afastado,  Houveram-me acabrunhado  A não lembrar-me de ti!    II  Dum mundo a outro impelido,  Derramei os meus lamentos  Nas surdas asas dos ventos,  Do mar na crespa cerviz!  Baldão, ludíbrio da sorte  Em terra estranha, entre gente,  Que alheios males não sente,  Nem se condói do infeliz!    III  Louco, aflito, a saciar-me  D'agravar minha ferida,  Tomou-me tédio da vida,  Passos da morte senti;  Mas quase no passo extremo,  No último arcar da esperança,  Tu me vieste à lembrança:  Quis viver mais e vivi!    IV  Vivi; pois Deus me guardava  Para este lugar e hora!  Depois de tanto, senhora,  Ver-te e falar-te outra vez;  Rever-me em teu rosto amigo,  Pensar em quanto hei perdido,  E este pranto dolorido  Deixar co