Forte. Indestrutível. Assim é o amor.
Bem mais do que uma confusão de pernas e um embaraço de línguas.
Muito mais do que palavras bonitas e cartas apaixonadas.
Ele é infinito. Não se acaba quando finda o papel,
Nem se consome com as chamas que insistem em devorar velhos bilhetes.
Muito menos se cansa como as mãos que escrevem frases de amor repetidas.
Falar de amor é dizer o que se sente usando sempre os mesmos adjetivos,
Mas deixando fluir a cada vez, uma emoção nova.
Amor é isto! Que disser outra coisa é besta.
Amar é ver adormecer dois corpos suados,
Totalmente, entregues ao prazer, e sentir a vida correr em suas veias,
Num momento mágico, onde não há necessidade de porquês.
Pois, sentir amor e sentir-se amado é tocar o céu - paraíso da boca de quem se ama,
E ver estrelas no escuro de um quarto.
Assim, todas as vezes em que disse o quanto te amo,
Teriam perdido o sentido se ao menos uma vez eu disse-se que já não te amo mais.
Afinal, o amor não deixa de amar como quem nega um beijo,
Ou um último olhar.
Que raio de amor seria este que trago comigo,
Que se permitiria morrer na primeira briga?
O amor é mais do que palavras furiosas, gestos felinos
E a dura previsão dee um adeus,
Pois consegue ir além do que foi dito e supera o que foi feito.
Então que amor seria este que trago, se agora depois de tudo desfeito,
Negasse o sentimento que ainda habita me peito?
Meu amor é assim: Forte. Indestrutível.
De algum lugar, em 30 de janeiro, de 2001.
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