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Sobre amor e perda



Eu era muito menina quando fiquei sabendo da sua chegada. Não nasceria de mim, mas nasceria para mim. O destino estava marcado.

Este foi o mistério revelado quando espiei pela janela da maternidade a cabeleira preta e as bochechas rosadas e comemorei sua chegada.

Não recordo da primeira vez que a peguei no colo - coisa da pouca idade, mas lembro de todas às vezes, em que a segurei nos meus braços enquanto chorava de bebezinha à adulta, passando por todas as fases.

É difícil acreditar que não terei mais seu cheiro, nossas trocas de carinho e olhares, aquele eu te amo tão sincero, tão apaixonado. Era amor. Sempre vai ser.

As lembranças que tenho do mundo sem ela, são tão vagas e agora tenho que olhar para tudo e saber que não está em nenhuma parte.

Procuro sua presença a noite nos meus sonhos, mas tudo ainda é tão desconexo. Espero a tempestade dos meus olhos passar, para o sol do que foi sua existência deixar tudo mais claro. 
É a única esperança na qual me agarro.

Estou sem chão, sem paradeiro, sem sua luz, tão moleca, tão faceira, para iluminar minha estrada.
Peço insistentemente a Deus que toda esta dor tenha um propósito.
É desumano pensar que tanto sofrimento possa não ter nenhum significado.

E, assim vou seguindo meus dias. Um de cada vez, em meio às lágrimas. É inevitável!...
Lá na frente, quem sabe eu encontre as respostas.

Talvez leve um dia, uma semana, um mês ou um ano para eu sorrir de novo, mas farei isto pela memória daquela com quem sempre compartilhei minhas melhores risadas.

Vou tentar ser mais, ser melhor, fazer mais as coisas que fazia, das quais ela tanto se orgulhava.

E, que eu reencontre o seu amor por ai em outras crianças travessas, em novas brincadeiras de roda.

Que eu a encontre, em cada abraço no seu filho, a cada descoberta que a deixaria tão apaixonada.

Que eu saiba ser presença, ser presente, ser exemplo, ser um pouco do muito que ela foi e seria.

E, principalmente que a gente se encontre novamente por ai algum dia!

Obrigada Deus por ter me permitido conhecer o amor de uma filha!


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Olhos assim

Você não deve dar crédito aos meus devaneios, Nem dizer que são feios os rabiscos que eu chamo de poesia. Você tem que continuar agindo com calma, Sem se preocupar com todas as fantasias que habitam minha alma. Nunca falei para alguém tudo que é importante para mim, Nem do fascínio que devoto por olhos assim. Então, quando fitei pela primeira vez, este céu sem lua, Percebi que jamais dormiria sossegada querendo tê-los para mim. Teu olhar castanho, que mostra teu ar tristonho, Nunca me falou dos sonhos teus. Mas despertou o brilho adormecido dos meus. Só te peço que não me judie, que não negue teu amor para mim. Eu não saberia amar outros olhos. Outros olhos assim. Porto Alegre, 27 de novembro, de 2001. Conheça a página  Jornal de Ideias Comunicação Digital   e con fira de perto todo  o trabalho realizado pela profissional que atua na produção dos conteúdos deste blog. Não é permitido reproduzir texto, imagem ou qualquer outro tipo de produção intelectual de um blog, sem a devida autori