
Trabalhadores de baixa
renda devem ficar atentos a uma prática considerada abusiva
Com a liberação do abono salarial PIS/Pasep, trabalhadores de baixa renda devem ficar atentos a uma prática considerada abusiva por parte de instituições financeiras: o desconto automático do benefício para quitar dívidas ou cobrir saldo devedor no cheque especial. Segundo o advogado especialista em Direito Bancário Charles Zamboni, essa retenção é ilegal e fere diretamente o direito do consumidor.
“O abono
salarial tem natureza de verba alimentar e, portanto, é protegido contra
retenções automáticas para pagamento de dívidas bancárias, ainda que haja saldo
devedor em conta vinculada. Essa prática é considerada abusiva”, afirma
Zamboni.
A proteção
desse tipo de benefício encontra respaldo direto na Constituição Federal. “A
Constituição assegura a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) e protege o
salário contra penhoras indevidas (art. 7º, X). Além disso, o Código de Defesa
do Consumidor (art. 6º, IV) proíbe cláusulas abusivas, e decisões judiciais têm
reconhecido que a compensação automática de valores essenciais fere o princípio
da boa-fé e da função social do contrato”, explica o especialista.
Se o
trabalhador identificar que o valor do abono salarial foi retido ou descontado
indevidamente, há medidas que podem e devem ser tomadas. De acordo com o
advogado, o primeiro passo é registrar uma reclamação junto ao banco. Caso o
problema não seja resolvido, é possível acionar o Procon e a Ouvidoria do Banco
Central. Em situações mais graves, recomenda-se buscar um advogado especialista
para ingressar com uma Ação Judicial de Restituição de Valores, podendo
inclusive solicitar indenização por danos morais.
“Certamente
abre-se margem para o pedido de Dano Moral. O desconto indevido de verba de
natureza alimentar pode configurar abuso de direito e violação à dignidade do
consumidor, o que já tem sido reconhecido pelo Judiciário como fundamento
suficiente para indenização por danos morais”, ressalta o especialista.
Em tempos de instabilidade
econômica, cada centavo conta. Saber e exigir seus direitos é essencial para
não permitir que o banco transforme o que deveria ser um alívio financeiro em
mais uma fonte de transtorno.
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