As festas de igreja no interior são verdadeiras viagens no tempo, onde
tradições são mantidas vivas em cada detalhe. A recente Festa em honra à
padroeira Santa Ana, que ocorreu em Sertão Santana, no Rio Grande do Sul, é um
exemplo perfeito dessa rica cultura. Realizada no último domingo, 4 de agosto,
a celebração trouxe consigo um gostinho de vida interiorana que muitas vezes
nos faz sentir como se estivéssemos em um filme antigo, onde as simplicidades
da vida eram as grandes estrelas.
O cenário é clássico: mesas grandes com bancos de madeira, cobertas
por toalhas plásticas estampadas com propagandas de uma marca de arroz
produzido na própria região. E o cheiro? Ah, o cheiro inconfundível de
churrasco, que a gente compra com ficha, lembrando que a praticidade também faz
parte dessas tradições. As porções de arroz e salada são preparadas com aquele
capricho que só quem vive no interior conhece, e, para quem esqueceu os
talheres, não tem problema! Com apenas R$5,00, você aluga um par e, ao
devolver, recebe seu dinheiro de volta.
E os doces? Ah, os doces são um capítulo à parte. Porções generosas que te fazem lembrar da casa da mãe ou da avó, com aquela sensação de conforto que só o sabor da infância proporciona. E se você pedir o sortido, o potinho que vem é uma verdadeira viagem pelos sabores tradicionais, repletos de memórias afetivas.
Essas festas também têm seus momentos de interação que aquecem o coração. Sempre tem aquele senhor ou senhora que, ao perceber que você é visitante, chega com a clássica pergunta: "De onde tu é?" E é nessa simples frase que percebemos a hospitalidade e o calor humano que caracterizam essas festas.
Depois da fartura, as mesas são desmontadas, transformando o salão numa animada pista de dança. O baile começa, e ao som da banda Flor da Serra, que animou este evento, que os passos acompanham o ritmo, com pausas estratégicas para tentar a sorte na roleta ou comprar uma rifa de 2 pilas que pode te render uma novilha.
No final, depois de tanta diversão e nostalgia, a gente pega a estrada
de volta, com o coração leve e um sorriso no rosto, lembrando o quanto é bom
reviver a mocidade numa festa de interior. Essas celebrações são muito mais do
que simples eventos; são momentos em que o passado encontra o presente, em que
as tradições ganham vida e nos fazem sentir parte de algo maior, algo que
transcende o tempo.
Essas festas, como a em honra a Santa Ana, nos lembram da importância de manter vivas as nossas raízes, de valorizar as simplicidades que, no fundo, são as verdadeiras riquezas da vida. Que possamos continuar a celebrar e a preservar essas tradições, que nos conectam uns aos outros e nos fazem sentir, acima de tudo, em casa.
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