Instalação de santuário dedicado a Lúcifer divide opiniões no Rio Grande do Sul

Foto: divulgação Nova Ordem de Lúcifer na Terra

No coração do Rio Grande do Sul, a cidade de Gravataí é centro de uma polêmica que vai além dos debates convencionais sobre turismo e cultura. A instalação de uma estátua de Lúcifer, em um santuário dedicado à demonolatria, colocou o município no radar nacional, levantando questões sobre liberdade religiosa, diversidade cultural, e os limites do que pode ou não ser aceito como ponto turístico.

O santuário, projetado por Lukas de Bará da Rua e Tata Hélio de Astaroth, fundadores da Nova Ordem de Lúcifer na Terra, promete ser o primeiro do Brasil a homenagear explicitamente a figura de Lúcifer, descrita pelos idealizadores como uma "antiga divindade" que representa “a luz do autoconhecimento”. Com uma estátua de mais de cinco metros de altura, feita de cimento, o local é destinado a ser um ponto de peregrinação para aqueles que seguem essa opinião, proporcionando um espaço para rituais em contato direto com a natureza, em um sitio com mais de cinco hectares.

A polêmica começou a ganhar forma quando a notícia da inauguração, prevista para o dia 13 de agosto, se propagou pelas redes sociais e pelos veículos de comunicação. A ocorrência foi imediata e intensa. De um lado, os apoiadores da Ordem defenderam o direito à liberdade religiosa, argumentando que os santuários deveriam ser vistos como uma expressão legítima da diversidade espiritual. Por outro lado, houve uma forte oposição de grupos religiosos e da comunidade local, preocupados com o que considera ser uma frente aos valores morais e culturais da região.

A prefeitura de Gravataí, diante da repercussão, alegou não ter conhecimento prévio da construção da estátua e dos santuários, e rapidamente acionou o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), que decidiu embargar a abertura do local ao público. A decisão gerou ainda mais debate, com muitos questionando se o Estado deveria intervir em práticas religiosas que, embora evidente, não utilizam verbo público nem promovem qualquer tipo de violência ou intolerância.

Diante desse cenário, surge a pergunta: o santuário de Lúcifer em Gravataí poderia se tornar um ponto turístico no Rio Grande do Sul? De certa forma, o empreendimento já está atraindo curiosidade e atenção de todo o Brasil, o que poderia ser o primeiro passo para se consolidar como um destino de turismo alternativo. Os santuários, se permitidos abrir suas portas, têm o potencial de se tornar um espaço de reflexão sobre a diversidade religiosa e cultural, além de provocar discussões sobre o significado do turismo espiritual e esotérico.

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