Você não deve dar crédito aos meus devaneios,
Nem dizer que são feios os rabiscos que eu chamo de poesia.
Você tem que continuar agindo com calma,
Sem se preocupar com todas as fantasias que habitam minha alma.
Nunca falei para alguém tudo que é importante para mim,
Nem do fascínio que devoto por olhos assim.
Então, quando fitei pela primeira vez, este céu sem lua,
Percebi que jamais dormiria sossegada querendo tê-los para mim.
Teu olhar castanho, que mostra teu ar tristonho,
Nunca me falou dos sonhos teus.
Mas despertou o brilho adormecido dos meus.
Só te peço que não me judie, que não negue teu amor para mim.
Eu não saberia amar outros olhos. Outros olhos assim.
Porto Alegre, 27 de novembro, de 2001.
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