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Como o vento...

 


Ele é como o vento...

Cavalgando através da minha nuvem,

Sem perceber que me leva em sua garupa

E que pelo céusozinho não está.


Ele é como o vento...

Que balança as folhas da minha árvore,

Sem saber que elas existem

Somente para que ele as possa agitar.


Ele é como o vento...

Açoitando as flores silvestres ao passar,

permitindo com que eu sinta,

mesmo distante, o seu caminhar.


Ele é como o vento...

Que apesar de sua total leveza,

Sempre interfere nos rumos

Do barqueiro solitário em alto mar.


Ele é como o vento...

Tomou meu coração para si,

Sem saber que o fez,

Sem saber que é o seu fôlego, que me dá vida.


Ele é como o vento...

E eu uma garotinha escrevendo seu nome

Na aréia da praia com a ponta dos dedos

Até que ele traga a onda do mar para apagar.


Ele é como o vento...

Enrolando-se em meus cabelos 

E envolvendo-me por inteira,

Sem que eu jamais o possa tocar.


Ele é como o vento...

Que se faz presente nas canções que me traz

Ao ouvido em noites de luar

- que imagino serem para mim, que ele está a dedicar.


Ele é como o vento...

Brincando de soltar pipas com os meninos,

Enquanto divirto-me em tentar decifrar

Os desenhos que ele molda nas nuvens.


Ele é como vento...

Que me embala nas madrugadas de chuva calma.

E, que assusta quando vem

Bater forte em minha janela.


Ele é como o vento...

Que a todo instante do meu universo de bonecas

Sinto discretamente passar,

Sem saber que leva consigo um pouco de mim.


Ele é como o vento...

E que tolice a minha 

Que sou estátua de pedra

Pensar que posso algo de que ele possa precisar.


Ele é como o vento...

O vento é como ele...

E ambos não sabem que deixaria tudo

Para com eles poder voar.


Ele é como o vento...

E que benção divina seria

Se com esta poesia

Eu pudesse lhe conquistar.


Porto Alegre, 28 de novembro, de 2021.

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Olhos assim

Você não deve dar crédito aos meus devaneios, Nem dizer que são feios os rabiscos que eu chamo de poesia. Você tem que continuar agindo com calma, Sem se preocupar com todas as fantasias que habitam minha alma. Nunca falei para alguém tudo que é importante para mim, Nem do fascínio que devoto por olhos assim. Então, quando fitei pela primeira vez, este céu sem lua, Percebi que jamais dormiria sossegada querendo tê-los para mim. Teu olhar castanho, que mostra teu ar tristonho, Nunca me falou dos sonhos teus. Mas despertou o brilho adormecido dos meus. Só te peço que não me judie, que não negue teu amor para mim. Eu não saberia amar outros olhos. Outros olhos assim. Porto Alegre, 27 de novembro, de 2001. Conheça a página  Jornal de Ideias Comunicação Digital   e con fira de perto todo  o trabalho realizado pela profissional que atua na produção dos conteúdos deste blog. Não é permitido reproduzir texto, imagem ou qualquer outro tipo de produção intelectual de um blog, sem a devida autori