A gravidade do incêndio que vem destruindo a fauna e a flora do Pantanal mato-grossense acende também a necessidade de conscientização da comunidade campista sobre seu importante papel na preservação do meio ambiente.
“O ecoturismo baseia-se na premissa de que a atividade turística não deve impactar negativamente a natureza, constituindo assim um ponto de conexão entre desenvolvimento econômico, social e ambiental. Caminhadas, trilhas e atividades de camping são cada vez mais comuns no Brasil, com boa parte dos turistas sendo os próprios brasileiros conhecendo as belezas naturais do país. Porém, é muito importante que esses turistas sigam algumas regras de segurança para evitar o risco de incêndios, principalmente em épocas do ano muito secas, como atualmente”, alerta o professor-doutor em Química Orgânica, Carlos Cerqueira, em entrevista ao #PartiuAcampar.
Ação humana e o risco de proporções
desenfreadas
Mesmo em um longo período de ausência de chuvas, a vegetação dificilmente entre em combustão sozinha, sendo necessário algum foco de calor para iniciar o processo. Uma simples bituca de cigarro acesa jogada na mata, em poucos minutos, pode dar início a propagação de uma chama que se espalhará por folhas secas que incendeiam rapidamente, até atingir galhos capazes de sustentar o fogo por muito mais tempo.
“Até esse ponto, o princípio de incêndio pode ser controlado com água, que resfria a área e impede a propagação das chamas, ou então por abafamento, que impede o contato com o oxigênio do ar, interrompendo a combustão. Entretanto, conforme a área aumenta, torna-se cada vez mais difícil conte-las e o incêndio pode adquirir proporções imensas, consumindo tudo que encontra pelo caminho, inclusive construções em sítios, fazendas, e principalmente a vida de animais nativos”, explica o docente.
De acordo com Cerqueira, que atua como professor na Escola Superior de Engenharia e Gestão (ESEG), outro cuidado importantíssimo esta relacionado às fogueiras. Servindo para iluminação durante a noite ou para cozimento, elas nunca devem ser feitas próximas de folhas ou galhos, devendo-se remover materiais inflamáveis das áreas mais próximas de onde o fogo vai ser aceso.
“O próprio calor, gerado por convecção, ou mesmo por pequenas fagulhas que se desprendem da fogueira podem iniciar a queima das regiões próximas dela, levando rapidamente a um incêndio descontrolado. Além disso, embora apagadas, as brasas podem servir de foco para um incêndio, pois mesmo que não haja chamas, elas continuam a reter calor por várias horas. Assim, recomenda-se sempre cobrir-las com terra ou areia antes de se deixar o local para evitar o risco de queimadas”, orienta.
Comunique os órgãos responsáveis
Caso alguém visualize fumaça, seja durante um passeio ou mesmo no veículo, ainda na estrada, recomenda-se sempre telefonar para o suporte da concessionária local ou o Corpo de Bombeiros da região, fornecendo informações como em qual quilômetro ela foi avistada, a distância aproximada da pista e demais informações solicitadas. Os profissionais que atuam nestas áreas dispõem de treinamento e equipamentos necessários para combater o fogo.
“Turistas sem treinamento não devem se arriscar, aproximando-se de regiões em chamas, pois há risco de intoxicação pela fumaça e a perda de visibilidade que pode ocasionar acidentes. Adicionalmente, mudanças repentinas nos ventos podem fazer as chamas avançarem na direção das pessoas, colocando-as em risco iminente” finaliza o professor.
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