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Atenção especial aos jovens atletas em tempos de pandemia

As consequências da pandemia mundial, causada pelo novo coronavírus, afetaram também as relações dos clubes, junto às categorias de base, um dos setores que mais tem sofrido com demissões. A forma como esta situação reflete na cabeça das crianças e dos pais, principalmente, aqueles que se deslocam de cidades mais afastadas dos grandes centros, dentro ou fora do Rio Grande do Sul, é o tema de trabalho da coach desportiva, Joseana Avila. “O cenário que temos visto evidencia os fortes impactos na área do futebol. Os desligamentos são uma das principais questões, não só aqui no estado, mas em outras regiões do Brasil, que vem dispensando suas categorias de base. O efeito desta situação vai além dos prejuízos financeiros e materiais para os atletas, uma vez que causam transtornos emocionais que precisam ser tratados com atenção”, afirma a pós-graduanda m Psicologia do Esporte.

Joseana que atua também dentro de um projeto ligado ao aprimoramento técnico, onde o filho Samuel de 11 anos, atleta do futebol, é membro, vem dialogando com outras mães com o objetivo de entender como os clubes brasileiros têm lidado com a nova realidade provocada pelo Covid-19.

“As psicólogas das agremiações vem dando suporte as famílias. A indicação que a maioria vem recebendo é para que o treinamento seja realizado de casa, mantendo o cronograma de atividades com o auxílio de familiares, amigos, treinos onlines ou junto a projetos. As aulas seguem no formato online, principalmente, os que integram escolas particulares, que já contam com este tipo de estrutura. A grande preocupação dos responsáveis, no entanto, é a movimentação das entidades para o corte do aporte financeiro”, salienta a profissional, que também atua como voluntária no projeto Aprimorar Soccer.

Meninos e sonhos

“Quando um menino vem para uma categoria de base, independentemente do clube, traz consigo o sonho de ser um jogador de futebol. O deslocamento até o local onde os treinamentos são realizados fazia parte da rotina destes garotos e isto agora acabou o que para uma criança que está acostumada a treinar 3, 4 vezes da semana, afeta tanto a parte física, como a mental”, exemplifica a coach.

Joseana observa também que esta parada brusca influencia diretamente no rendimento do atleta, caso ele não esteja envolvido com outras atividades. “A parte nutricional de quem já está acostumado, ao um dia a dia de exercícios físicos e possui todo um regramento, com alimentos balanceados, sofre com a diminuição deste hábito”, acrescenta.

Entre os poucos jovens que não reduziram o ritmo de suas atividades e seguem com a rotina de treinos e cuidados da alimentação, os impactos causados pela pandemia são quase imperceptíveis, o que evidência ainda mais, a necessidade de cuidados, com aqueles que sofreram mudanças abruptas nas tarefas diárias.

“O futebol é uma área que agrega muito trabalho e empregos. A luta para manter a categoria de base com as verbas que a CBF está prometendo mandar é grande, mas é provável que muitas famílias desistam dos sonhos dos seus meninos diante do cenário atual”, conclui.

Os pais e a nova realidade

Os pais dentro do contexto desta nova realidade precisam estar preparados para lidar com todas as incertezas desta fase. “A maioria dos responsáveis com quem faço contato, não estão recebendo este apoio psicológico dos clubes. Muitos que vieram de regiões mais longínquas, como o Rio Grande do Norte, tem medo de deixar o Sul e voltar para suas casas, em locais onde a incidência do vírus está maior. O receio de ficar no estado, também preocupa, pois ninguém sabe como vai ser”, relata a futura especialista em Psicologia do Esporte.

Sintomas de depressão

Os sintomas de depressão começam a aparecer pela impossibilidade de poder sair à rua para a realização das atividades rotineiras e de se reencontrar com seus genitores que ficaram nas suas cidades de origem.

Desinteresse em treinar, sono irregular, falta de apetite ou ansiedade compensada com uma alimentação, geralmente não nutritiva, são sinais para os quais os pais precisam estar atentos. “A diminuição da energia corporal e do rendimento do atleta, além da auto-estima, principalmente em crianças que se espelham uns nos outros. O fato de não sair, não cortar o cabelo e realizar tarefas básicas, somados a saudade de familiares que estão distantes, são fatores que podem desencadear a depressão”, explica à profissional.

O papel do Coach Desportivo

Como coach desportivo, Joseana tem o importante papel, principalmente junto às categorias de base, de estimular o diálogo entre pais e filhos, para ter um termômetro emocional nesta fase complicada. “Eles estão em crescimento. Tem a pressão da família por rendimento. Cobrança de treinadores. A soma destes fatores causa bloqueio e é neste ponto que o profissional de coaching atua para tentar identificar a origem destas dificuldades”, explica.

Para pacientes com idade entre 9 e 13 anos, as conversas são a peça chave para identificar a raiz dos problemas de relacionamento e auxiliar nas questões psicológicas. “A psicologia positiva e o tratamento individual faz com que as qualidades de cada perfil de atleta sejam ressaltadas, fazendo com que, o que ele sabe, seja adaptado ao ambiente onde está”, acrescenta.  

Em seus atendimentos, com adolescentes de 14 à 18 anos, a especialista faz uso de ferramentas comportamentais que auxiliam na compreensão do perfil do atleta e o que de melhor pode ser extraído dele. Esta faixa etária representa também o encerramento de um ciclo, quando o jovem esportista deixa a categoria de base para projetar sua carreira no profissional. “Nesta fase alguns jogadores cansados da prática deste esporte desistem, para viver outras experiências, ou então não são absorvidos pelos clubes, onde a concorrência é grande. Para um indivíduo que está desde muito cedo buscando por este sonho, transitando entre várias categorias, não ser promovido à categoria adulto é muito difícil de assimilar.”.

Direcionar o ex-atleta para outras áreas, oferecendo opções de atuação fora dos campos, onde também há mercado e um mundo de possibilidades é uma importante missão do coach. “As vezes o jovem fica focado só naquele esporte e esquece ou não vê, que existem possibilidades de um futuro promissor em outras frentes”, lembra Joseana.

Não deixar que o filho assista muito à televisão é também uma boa alternativa para os pais, de acordo com a especialista: “É importante que ele saiba da realidade, do que está acontecendo, mas não é legal que acompanhe notícias, principalmente de morte. Aproveitem este momento de isolamento social para brincar com as crianças e fazer atividades caseiras para as quais geralmente não sobra tempo”.

Como mãe de atleta, a profissional fala sobre a importância de se acreditar no sonho dos filhos e incentivá-los a torná-los reais. "Passar este apoio ao jovem atleta representa muito. O futebol é um esporte coletivo que vai além das quatro linhas, ensinando coletividade, responsabilidade, ter maior diálogo com os outros e principalmente a lidar com as frustrações".

As medalhas que Samuel já coleciona dentro do esporte, são a prova do quanto este suporte familiar é essencial para a carreira que estão a trilhar.

"Todo menino tem um sonho, e seja qual for, ele precisa ser apoiado. Cabe os pais fazerem de tudo para ele se concretize, mas cabe a criança lutar e trabalhar com responsabilidade por aquilo que ela quer", finaliza.

Entre em contato com Josiana e agende seu atendimento:

E-mail: gojoseana@hotmail.com 

Facebook: joseanaavilaavila 

Instagram: @maedeatletafutebol e @joseanaavilaavila

Fotos: arquivo pessoal

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Você não deve dar crédito aos meus devaneios, Nem dizer que são feios os rabiscos que eu chamo de poesia. Você tem que continuar agindo com calma, Sem se preocupar com todas as fantasias que habitam minha alma. Nunca falei para alguém tudo que é importante para mim, Nem do fascínio que devoto por olhos assim. Então, quando fitei pela primeira vez, este céu sem lua, Percebi que jamais dormiria sossegada querendo tê-los para mim. Teu olhar castanho, que mostra teu ar tristonho, Nunca me falou dos sonhos teus. Mas despertou o brilho adormecido dos meus. Só te peço que não me judie, que não negue teu amor para mim. Eu não saberia amar outros olhos. Outros olhos assim. Porto Alegre, 27 de novembro, de 2001. Conheça a página  Jornal de Ideias Comunicação Digital   e con fira de perto todo  o trabalho realizado pela profissional que atua na produção dos conteúdos deste blog. Não é permitido reproduzir texto, imagem ou qualquer outro tipo de produção intelectual de um blog, sem a devida autori