A pandemia provocada pelo Coronavírus pegou de surpresa muitos
viajantes brasileiros que se aventuravam por territórios internacionais. Para mostrar
como está sendo a rotina destes aventureiros longe de casa, o #PartiuAcampar abre espaço para contar
suas histórias e expectativas de retorno a seus lares no Brasil.
A primeira viagem que iremos narrar nesta série começou em outubro de
2016 quando o casal André e Ane Fontes, deixou a cidade de São Sebastião no
estado de São Paulo, abordo do seu automóvel, com o objetivo inicial de conhecer
os extremos da América no período sabático de um ano. Jornada que já prorrogou 4
vezes mais que o tempo previsto.
“Fomos da cidade paulista de São Sebasitão a Ushuaia, na Argentina, e depois
até o Alasca. No caminho de volta, desde janeiro, já estávamos acompanhando as
notícias sobre o Covid19. À medida que foi evoluindo até se tornar pandemia,
ficamos ainda mais atentos, e em alguns momentos, tensos e preocupados. No dia
20 de março deixamos os EUA, justamente na data em que o presidente Trump
determinou o fechamento das fronteiras para viagens não essenciais”, relembra
Fontes.
O acontecimento segundo o viajante, coincidiu com o fim da permanência
temporária de 6 meses, dele e de sua esposa. Fato que apressou o ritmo no
último estado que visitaram o Texas, impedindo que o funcionário público e a
técnica em planejamento industrial pudessem conhecer alguns lugares que desejavam.
“Tínhamos o temor que o México fizesse o mesmo, e, nesse caso, nos
restaria pedir uma extensão de visto nos Estados Unidos, o que encareceria
muito e nos deixaria numa situação ruim, ainda mais pelo fato de lá estar sendo
o país mais afetado”, completa.
Parada e imprevistos
O casal que hoje se encontra em Monterrey, no México, conta que não
houve o fechamento da fronteira mexicana naqueles dias, motivo pelo qual, se
deslocaram até lá.
“A ideia era ficar numa região a 40 km daqui para evitar muito
contato. É uma região de montanha muito procurada por campistas e escaladores,
bem bonita. Chegando lá, tudo estava às moscas, ao contrário do que vimos nas
cidades, que já apresentavam um movimento bem baixo, mas sem um controle tão
rigoroso. Conseguimos falar com a gerente de um dos campings, mas ela nos
informou que as autoridades locais haviam determinado o fechamento de todos os
campings. Voltamos para a cidade e passamos um dia inteiro buscando uma
acomodação pelo Airbnb. A dificuldade era encontrar um local onde pudéssemos
guardar nosso carro com segurança”, narra o viajante.
Volta para casa
O plano de André e Ane é de retornar para casa até setembro. “Ainda não
decidimos de que forma iremos retornar se mandando o carro de navio para a
Argentina ou Uruguai e voltando de avião, ou rodando todo o caminho de volta, o
que sairá em torno de 30 a 40% mais em conta que a primeira opção. Durante esse
tempo ficaremos no México, mais para o lado oeste e o embarque do carro seria
pelo porto de Veracruz”, explica o marido sobre as possibilidades de volta ao
Brasil.
Acomodados em um apartamento, os brasileiros tem estadia prorrogada no
país até 28 de abril, devido à maior rigidez de normas por parte do governo
mexicano que determinou quarentena até o final do mês.
“Estamos saindo somente para ir comprar alimentos. Notamos que as
pessoas nessa região estavam um pouco mais 'relax', até por que aqui os índices
estavam bem abaixo da média. Entretanto agora se nota algo mais rigoroso. No
supermercado, por exemplo, só entra uma pessoa por família, embora muitos
comércios estejam abertos e funcionando com algum tipo de controle/restrição”,
explica André sobre a situação atual que estão vivenciando.
Dias decisivos
Sobre o que deve acontecer nos próximos dias, o sentimento ainda é de
incerteza. “Tudo vai depender do que acontecer no decorrer desse mês. Particularmente
estou otimista que isso vai passar um pouco mais rápido que se pensava há 4
semanas atrás. Se as notícias apontarem nessa direção, nosso desejo é seguir
viagem pelo México no roteiro que temos planejado. Normalmente rodamos
distâncias curtas e num ritmo não muito acelerado, então como ainda temos uma
certa flexibilidade, se algo apertar, buscamos outro acomodação pelo Airbnb ou
camping”, explica o brasileiro.
Caso a quarentena continue, a alternativa será ficarem parados onde
estão, pois todas as opções de retorno se tornaram inviáveis: fronteiras
fechadas para receber o carro na Argentina ou Uruguai, dificuldade de
embarcá-lo, pois não poderiam se movimentar.
“Tudo isso só por que ainda temos essa folga no calendário. Caso
contrário, teríamos antecipado nossa volta até mesmo quando estávamos nos EUA. No
momento, se tivéssemos que voltar, o jeito seria deixar o carro aqui em lugar
seguro e depender de ajuda do Itamaraty para repatriação e cumprir quarentena
no Brasil até voltar para casa”, relata.
André e Ane
O casal que firmou matrimônio no ano de 2014, em menos de dois anos deu
inicio a expedição, que realizaria o sonho de toda uma vida, de viajar o mundo,
aprender outros idiomas e conhecer novas culturas. “Ou seja, temos cinco anos e
meio de casados e três e meio de viagem”, contabiliza André, que completou
dizendo: “Tudo isso foi transformador e nos permitiu viver coisas que muitas
pessoas, por razões diversas, nunca terão a mesma oportunidade”.
No site vemconosco.com.br é possível conhecer um pouco mais sobre as
aventuras vividas pelos brasileiros durante os anos de viagens pelo mundo.
Conhece campistas e aventureiros que aguardam em outros países
o dia de retornar para seus lares no Brasil? Compartilhe conosco escrevendo para
jornaldeideias@gmail.com.
Fotos: arquivo pessoal André e Ane Fontes
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Andre e Ane estamos com saudades e aguardando a volta de voces anciosamente 💋💋💞💞
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