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Precisamos falar sobre depressão – Ela mata!


No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio nada mais oportuno do que falar sobre a depressão, o dedo no gatilho que põe fim em muitas vidas.
Já tratado como problema de saúde pública o número oficial de autocídios no Brasil é de 32 casos por dia. Embora não divulgados pela mídia por ética e preservação da vida, as taxas diárias são superiores aos registros de morte por câncer e AIDS.
Desânimo e falta de energia, cansaço, desinteresse pelas pessoas e atividades rotineiras são sinais de que algo está errado.
Estados depressivos e súbitas crises de mau humor, com explosões de raiva que se alternam são sintomas que precisam de acompanhamento médico, pois vão muito além da tristeza ou qualquer metáfora que faça alusão a uma camada de neblina que potencializa o sofrer psíquico. Depressão é doença e precisa ser tratada.
“Ela é conhecida desde a Antiguidade pelo nome de melancolia que levava seu acomedito a experimentar negatividade em seu viver de modo irremediável, tomado por culpa, segregação e inferioridade”, explica a psicóloga Janete Lopes Domingues de Oliveira.
É papel dos profissionais da saúde mental respeitar, acolher e compreender as experiências que se descortinam no sofrer desses pacientes. O sofrimento trazido pela vivência depressiva é tão intenso que são inimagináveis para os outros.
“Não ser compreendido na própria dor agrava a sensação de estranheza e pena de si. Sentimentos de impotência e derrota dominam o cenário do depressivo, da mesma forma como as noites mal dormidas, recheadas por medo e desconfortos diversos, são esperadas com terror. Mesmo as atividades básicas como: levantar-se, lavar-se, passear e outras tantas, custam esforços enormes. O desenrolar de dias que parecem iguais, sem melhoras, renova o olhar pessimista do paciente em relação ao próprio futuro. O espaço do deprimido tende a ser vazio, sem relevos nem perspectivas; as coisas são vividas como isoladas, distantes e inalcançáveis, dentro de um universo fechado e opressor”, salienta a profissional.
Janete também destaca que algumas vitimas da doença conseguem dissimular o distúrbio, esconder a inibição e parecer motivados, até que de repente surpreendem amigos e familiares com uma atitude suicida, tentando demonstrar um ato de liberdade para extirpar um sofrimento vivido como sem retorno e desesperançado. Exemplo semelhante ao caso da jovem empresária de Canoas que recentemente, surpreendeu familiarese amigos ao postar uma carta de despedida em sua rede social, minutos antes depor fim a própria vida.
“Diante de tudo isso, a ESPERANÇA sempre terá uma dimensão criadora. Este sentimento pode crescer também no deserto da angústia e do desespero, do mal de viver e da fadiga. Como um elo ou ponte a nos chamar e empurrar para fora da própria solidão, incentivando-nos para o relacionamento com os outros que estão por perto nos estendendo à mão, mas nossos olhos sem a esperança não conseguem segurar e vislumbrar esse chamado pra a vida”, aponta a psicóloga para a solução.
Formada em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, Janete emprega técnicas cognitivas para trabalhar as formas distorcidas de sentir, utilizando maneiras alternativas de pensar e se comportar diante das situações, construindo estratégias de enfrentamento. Para ela, o manejo comportamental é de fundamental importância, principalmente em pacientes com ideação suicida.
A especialista indica a formação de uma ‘rede de apoio’, na qual o paciente possa confiar e entrar em contato sempre que tiver pensamentos de morte. A prevenção de recaída também faz parte dessa abordagem terapêutica, enquanto a terapia química deve ser manejada através da terapia combinada, isto é, psicólogo e psiquiatra trabalhando em conjunto em prol da estabilização do paciente.
“Em suma, reabilitar a ESPERANÇA e monitorar a evolução do paciente. Na Terapia Cognitivo-Comportamental temos vários protocolos, escalas de avaliação que respaldam o profissional no manejo com seus pacientes. Contudo, acredito que a relação terapêutica, através do vínculo e do afeto pode ter um papel fundamental no resgate à vida com menos sofrimento emocional de quem nos pede ajuda” finaliza a psicóloga.

Enfrentamento e solução

O blog Jornal de Ideias entrevistou diversos personagens, de diferentes idades, que convivem diariamente com a depressão e seus sintomas, mas com o auxílio de medicamentos, acompanhamento psicológico e apoio de pessoas próximas conseguem seguir em frente.
Estes depoimentos sobre o tema serão compartilhados na continuação deste tema durante o mês de setembro na página.
Acompanhem!

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Olhos assim

Você não deve dar crédito aos meus devaneios, Nem dizer que são feios os rabiscos que eu chamo de poesia. Você tem que continuar agindo com calma, Sem se preocupar com todas as fantasias que habitam minha alma. Nunca falei para alguém tudo que é importante para mim, Nem do fascínio que devoto por olhos assim. Então, quando fitei pela primeira vez, este céu sem lua, Percebi que jamais dormiria sossegada querendo tê-los para mim. Teu olhar castanho, que mostra teu ar tristonho, Nunca me falou dos sonhos teus. Mas despertou o brilho adormecido dos meus. Só te peço que não me judie, que não negue teu amor para mim. Eu não saberia amar outros olhos. Outros olhos assim. Porto Alegre, 27 de novembro, de 2001. Conheça a página  Jornal de Ideias Comunicação Digital   e con fira de perto todo  o trabalho realizado pela profissional que atua na produção dos conteúdos deste blog. Não é permitido reproduzir texto, imagem ou qualquer outro tipo de produção intelectual de um blog, sem a devida autori