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Das Marias que nos são arrancadas



Maria do Carmo,
Maria Alice,
Maria Julia,
Maria Paula,
Maria José,
Maria Rita
Ou simplesmente Maria.
Estas são algumas variações do nome,
De vidas que nunca se cruzaram,
Mas que foram sentenciadas ao fim trágico
De suas histórias.

Quem se cansa de falar de sua Maria?
De relembrar o riso,
O jeito de mexer no cabelo,
A blusa que mais usava,
‘a maneira única de ser ela mesma’?

Como já cantou Milton
‘Maria é um dom,
Uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta’...

A letra da canção unifica todas as Marias
Até as que carregam outro nome
Em seu registro
Pois à mulher é concedido o direito
‘de viver e amar
Como qualquer outra do planeta’

Então por que levam nossas Marias?
Por que nos arrancam seu som, sua cor, seu suor,
Sua dose mais forte e lenta?
Apagando o brilho e a garra
De quem sabia rir,
Quando devia chorar?
E não vivia, apenas agüentava as lutas diárias,
Com a incrível mania de ter fé na vida?

Quem fica precisa ter força
Precisa ter raça
Precisa ter gana sempre
Por trazer no coração a marca
De ter perdido sua Maria
Conviver com a mistura de dor e a alegria
Que sua existência nos deixa.

E é preciso ter manha
É preciso ter graça,
Para não morrer afogado nas desgraças
Que acompanhamos pelos jornais.
É preciso ter sonho sempre,
Pois um dia a vida há de melhorar,
Mesmo sem nossas Marias.



Para minha tia Maria do Carmo, assassinada em outubro de 2014.

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Olhos assim

Você não deve dar crédito aos meus devaneios, Nem dizer que são feios os rabiscos que eu chamo de poesia. Você tem que continuar agindo com calma, Sem se preocupar com todas as fantasias que habitam minha alma. Nunca falei para alguém tudo que é importante para mim, Nem do fascínio que devoto por olhos assim. Então, quando fitei pela primeira vez, este céu sem lua, Percebi que jamais dormiria sossegada querendo tê-los para mim. Teu olhar castanho, que mostra teu ar tristonho, Nunca me falou dos sonhos teus. Mas despertou o brilho adormecido dos meus. Só te peço que não me judie, que não negue teu amor para mim. Eu não saberia amar outros olhos. Outros olhos assim. Porto Alegre, 27 de novembro, de 2001. Conheça a página  Jornal de Ideias Comunicação Digital   e con fira de perto todo  o trabalho realizado pela profissional que atua na produção dos conteúdos deste blog. Não é permitido reproduzir texto, imagem ou qualquer outro tipo de produção intelectual de um blog, sem a devida autori