Não era amor, era para ser uma crônica



Ele foi o único para quem encaminhei currículo,
Seleção rigorosa!
Depois enviei poesia, mas a segunda ele achou muito melosa!
Achei melhor trocar de gênero
Escrever uma crônica engraçada
Não era amor, era exagero!

Tentei não confiar em alguém com aquele nome
Quis cansar de tanta felicidade
Só para ter outra noite como aquela
Dividir o travesseiro e o coberto com ele
Não era amor, era de noite!

Aquele foi nosso primeiro encontro
E parecíamos velhos conhecidos
Os ponteiros do relógio correram
E eu nem percebi
- tempo suficiente para gostar do jeito dele.
Riamos feitos dois bobos
Não era amor, era engraçado!

Eu quis beijá-lo naquela noite,
Porque se não houvesse outra oportunidade
Lembraria do sabor do seu beijo.
Ele não é o cara mais bonito do mundo
Mas há uma beleza desafiadora
Por trás do seu olhar arteiro.
Não era amor, era o seu sorriso tão lindo.

Cada vez que ele parte é para sempre,
Cada despedida sua é um para nunca mais
Porque entre nós não há promessas
Não era amor, era em nossas horas vagas!

Eu não preciso saber se nossos signos combinam,
Nem quais são as previsões para o futuro.
Não preciso recitar sutras, nem consultar as cartas
É tão claro, não tem erro
Não era amor, era no estacionamento!

Sinto falta dele,
De sabê-lo presente na luzinha amarela da tela.
Das risadinhas a cada três palavras,
Da mão na minha perna enquanto dirigia o carro
Do beijo quente e molhado
Não sei se ele volta
Na verdade nem espero

Não era amor, era inverno.

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