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Boazinhas e Poderosas

O papel de cada uma nos relacionamentos atuais.



Em tempos de relacionamentos modernos, onde até o casamento já possui prazo de validade pré-definido, o que se vê são pessoas cada vez mais solitárias. Há uma eterna busca por culpados, que quase sempre recai sobre as mulheres, hora por serem independentes de mais, outras por serem frágeis demais. Aos homens cabe o beneficio da escolha entre dois tipos distintos: as boazinhas que se entregam de corpo e alma logo de inicio, atenciosas e submissas ao extremo, e as poderosas amáveis e decididas, mas que não abrem mão de ter vida própria para correrem atrás de possíveis parceiros.

Na fase da conquista é necessário que a mulher não exagere nos agrados para seduzir o homem, isto pode ofuscar suas qualidades e acabar com as chances de engatar uma relação saudável e duradoura. Usando a feminilidade a favor, nunca contra. Oferecendo aos homens o desafio mental que eles tanto necessitam. Para entender como o comportamento de boazinhas e poderosas é decisivo para o inicio, fim e continuidade dos relacionamentos buscamos a opinião de homens e mulheres, casados e solteiros, especialistas na arte de conviver com o outro.

O consultor de empresas, Jorge Aiub Maluf,foi o primeiro a falar sobre o tema. Casado há 32 anos ele afirma: “Se as mulheres desejam construir um relacionamento estável e duradouro precisam entender que os homens valorizam mais aquelas que representam um verdadeiro desafio e não simplesmente concordam com tudo que eles pensam, o que define mulheres boazinhas”. Para Maluf, o que atrai os homens é o mistério, fazendo com que sejam mais criativos na arte da conquista. Muitas vezes, para agradar ao parceiro as mulheres ‘boazinhas’ tendem a se tornar muito concessivas, para não perdê-lo. Tal comportamento pode abalar a auto-estima. “Nenhum homem quer ter ao seu lado alguém totalmente dependente. Alguém que não tenha um posicionamento a respeito das coisas”, afirma o consultor. Na sua avaliação, em geral, o que homens de qualidade buscam é alguém com quem dividir coisas boas e ruins, com opinião própria, pois quem é excessivamente agradável acaba desagradando, e dispara: “O homem quer ter ao seu lado alguém que ele respeite”. Maluf acredita que saber ser amável e decidida quando necessário, sem que isto signifique abrir mão de seus próprios interesses, prova firmeza de caráter e controle emocional. Aos 58 anos, ele acredita que o segredo dos relacionamentos de sucesso está em fazer concessões sem violentar suas próprias vontades, colocar-se no lugar do outro, viver em harmonia e verdade. E completa dizendo: “Ser casado com uma mulher poderosa possui algo que as boazinhas não têm: sabedoria”.

Quem também compartilha sua opinião é o professor, José Altair Lopes da Silva, de 41 anos. Ele garante: “Para casar, as poderosas”. Altair analisa que “com as boazinhas o homem se sente dominante e superior, mas é cansativo, já com as poderosas ele se sente muito bem protegido e pode ter uma relação mais de igual para igual, uma companheira para todas as horas”.

O professor considera a garra e a coragem como pontos fortes na mulher poderosa e espantosa a maneira como as boazinhas aceitam tudo de bom grado. Em sua opinião, o segredo dos relacionamentos de sucessos está em ambos olharem na mesma direção, com amor, compreensão e igualdade de sentimentos.

Aos 37 anos, o analista de sistemas, André Palacios, conhece os encantos de mulheres boazinhas e poderosas. Para ele, a melhor companhia depende do momento e dos objetivos do homem. Contrapondo a determinação, a objetividade e audácia das poderosas e o fascínio da conquista que elas despertam, seguido pela sensação de vitória que se tem ao ganhar a atenção delas, André fala sobre a companhia carinhosa, o amor e compreensão que se tem ao lado da mulher boazinha, que por muitas vezes apresenta-se como um porto seguro. “As boazinhas, eventualmente, no afã de agradar, não manifestam tudo que pensam e nos levam a deduzir o que estão pensando, o que geralmente os homens não fazem bem, podendo prejudicar a relação”, admite.

Como luz no final do túnel para as mulheres boazinhas, o projetista mecânico de 29 anos, que prefere não ter seu nome revelado, diz que elas são as suas preferidas. Ele afirma que sente a vontade em meio a estes dois tipos, mas nunca parou para compará-las. A mentira em sua opinião é a principal causadora do fim das relações. Solteiro, o jovem acredita que para existir história, é preciso que exista verdade.


O que elas pensam?


E as casadas conquistaram seus pares com malícia ou doçura? Existe um segredo sobre como manter a chama do amor acesa em seus parceiros? Viver junto requer mesmo uma reconquista diária? A autônoma, Heliege Silveira, na sabedoria dos seus 25 anos de vida em comum confessa: “Preciso ser menos critica e mais carinhosa”. Cinquentona, ela esbanja beleza e jovialidade. É segura de si, autêntica, reconhece seus erros sem arrogância e orgulho, qualidades que a maturidade traz. Sabe valorizar-se, respeita e faz-se respeitar, tem bom humor e é realizada em todas as áreas da sua vida. Se o seu homem reconhece nela as qualidades de uma mulher de verdade? Heliege responde que sim! E exemplifica falando dos elogios que recebe, da forma como o marido a respeita, das coisas que faz para lhe agradar, e principalmente da maneira como a ajuda a encarar a vida de forma segura, preocupado com tudo que diz respeito a ela. Qual será o seu segredo? A característica que mantém este homem fascinado por todos estes anos? Será a senhora Silveira boazinha ou poderosa? Isto ela mesma responde: “Tenho um pouco boazinha, mas prevalece poderosa”.

A segunda visão dos relacionamentos vinda de dentro do casamento é da Relações Públicas, de 40 anos que prefere não revelar seu nome, mas afirma que apesar da aparência de boazinha sente-se poderosa. Esta certeza vem da maneira como as pessoas reagem a sua presença e ao que diz. “Me sinto referência em vários aspectos para muitas pessoas. E os homens tendem a se sentir intimidados comigo”. Mesmo enfrentando o desgaste de 13 anos de relacionamento, a profissional sente-se valorizada por seu parceiro, que demonstra isto se preocupando com seu bem estar, sentindo ciúme moderado. E que além de cozinhar para sua amada, também lhe escreve poesias, tendo-a como sua musa inspiradora. Atitudes que provam que o amor prevalece, mesmo com duros golpes do tempo. Que como uma velha máquina necessita de óleo em suas engrenagens para voltar a funcionar sem ruídos.

Serena em suas idéias e ciente do que precisa fazer ela compartilha: “Acho que deveria me mostrar mais dependente emocionalmente, pois como sou o lado mais forte, acabo assumindo alguns papéis que considero ser do parceiro. Mulher independente em tudo assusta”. Ponto importantíssimo que joga o homem na linha do comodismo, fazendo com que a mulher assuma o papel de cabeça na relação, quando na verdade ela deveria ser somente o corpo.

A vez das solteiras

Passando a palavra para as solteiras é possível ter um quarto ângulo de visão sobre o assunto. A primeira a abrir a porta do seu coração, sem revelar a identidade, é uma jovem advogada de 28 anos, que se considera boazinha, mas nem por isto sente-se prejudicada nos relacionamentos. “Os homens me vêem como uma mulher interessante e me tratam com respeito e admiração”, conta. Para ela, o motivo pelo qual os relacionamentos não seguem adiante nos dias atuais está na falta de companheirismo, nos compromissos da vida moderna e “pela ausência de sentimentos verdadeiros”. Ser tratada com o respeito que merece, para a jovem, está atrelado ao respeito que ela tem por si própria, pela maneira como se gosta, se cuida e se valoriza, não dando ouvidos a opiniões alheias.

Nathália Arriera Corrêa é agente de vendas, tem 20 anos, e ainda não fez a radical definição entre ser boazinha e poderosa. Por ser brincalhona, acaba levando a vida de uma forma mais tranqüila e acredita que este seu jeito “leve” de ser é que sempre fez com que fosse respeita em seus relacionamentos, “tanto em amizade como em namoros”. Nathy, como é conhecida, afirma estar sempre disposta a ouvir, é flexível, o que em sua opinião conta bastante. Será que ela, na flor da sua juventude, é capaz de responder por que os relacionamentos não seguem adiante? “Penso que hoje em dia, é tão mais fácil ser sozinho, não dar satisfação a ninguém. As pessoas estão cada vez mais independentes. Quando se sentem sozinhos ficam com alguém sem compromisso e parece estar tudo resolvido. É difícil achar alguém que queira se juntar com outra pessoa se sozinho é tudo tão simples”, fala com conhecimento de causa.

Opinião de especialista

Estes relatos não traçam um mapa de sucesso sentimental, mas servem de norte para obter uma visão geral sobre relacionamentos. Na avaliação da psicóloga Eliane Mello Silveira, é importante deixar claro que homens e mulheres não escolhem viver juntos para disputar alguma coisa, mas para construir e vencer juntos e para que isso aconteça, em algum momento, alguém tem que ceder. Analisando o tema, de acordo com a psicologia, Elaine explica: “Cabe a ambos o papel de conhecer e desenvolver-se, desempenhando parcerias, demonstrando um ao outro o que realmente desejam no relacionamento, não sendo nem tão “poderosos” nem “bonzinhos” demais, adequando-se aos papéis necessários dentro da relação “conjugal”, sabendo onde, como e quando sobressair ou desenvolver-se, zelando pela união conforme hábitos e cultura familiar.”

Concluindo

Analisando todos os depoimentos, conhecendo um pouco da história destas pessoas que serviram de exemplo, não torna possível escrever um guia de sucesso sentimental baseado na percepção e experiências de cada um. A conclusão que podemos ter é que não existem mulheres boazinhas e poderosas, o que há é uma mistura de características. Mulheres poderosas podem ter seus momentos de fraqueza, assim como as boazinhas podem virar a mesa. A diferença está na maneira de lidar com seus pontos fortes e fracos e nos valores do parceiro que se busca.


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