A difícil tarefa de conciliar maternidade e vida profissional




As mulheres deixaram de ser somente donas de casa e foram em busca de realização e reconhecimento profissional. Ganharam espaço, crédito, posições altas e aplausos. E na luta pelo sucesso não abriram mão de ser mãe, esposa, cuidar da casa, ter um diploma. Mesmo com tempo escasso elas permanecem firmes em seus propósitos.

Rotuladas como ‘sexo frágil’, muitas mulheres nunca ousaram alçar vôos mais altos. As quem seguiu em frente abriu caminho para uma nova era.
Decidimos ouvir estas guerreiras sobre suas rotinas e a difícil tarefa de conciliar maternidade com a vida profissional. Existe alguma formula mágica? Janaina Silveira, 32 anos, mãe de Henrique, de 9 meses, ainda não descobriu. “É tudo uma questão de tentar conciliar o tempo da pessoa”. Ressalta também que é preciso ter um bom preparo psicológico para cuidar do filho, conciliar a casa com o trabalho, além de lidar com o marido e consigo mesma. E quando se trata de pensar em si própria, revela, “muitas vezes é a ultima que a gente pensa”.
Auxiliar administrativa, ela acorda às 5h da manhã. Preparar-se para o trabalho e arruma o filho para deixá-lo na casa da babá. Moradora de Guaíba além da jornada de trabalho enfrenta o transito que liga sua cidade a capital. Apesar de tamanha correria ela diz: “não me arrependo nenhum pouco de ser mãe”. Lamenta a falta de tempo, mas não abriria mão do trabalho para dedicar-se só a casa e ao filho. Somando sua renda à do marido, ela sabe que está garantida uma boa educação ao pequeno Henrique, e que nada vai lhe faltar, o que ficará difícil se abandonar o trabalho.
Tempo para ela mesma ainda é algo que esta buscando. Mas à medida que o menino cresce e se torna mais independente, afirma que vai achando espaço para retomar a sua vida de antes, a cuidar mais dela mesma.
A psicóloga e empresária Zenaide Bielawski trabalha na área de recrutamento e seleção para empresas. Conta que o  mercado de trabalho mudou muito a maneira de ver a mulher, e hoje já não há restrições quanto a ser mãe, “o que vale é o histórico profissional, a qualificação e sua disposição ao trabalho. Se a mulher mostra-se capaz de desempenhar as tarefas que serão delegadas a ela, o fato de ser mãe não interfere em nada.”
Para ela a mulher conquistou um importante espaço no mercado de trabalho, graças ao seu potencial e dedicação. Tanto que hoje há leis especificas que garantem o direito de ser mãe. Segundo a psicóloga, não existe mais preconceito contra a mulher, as organizações são inclusive punidas judicialmente caso seja comprovada a discriminação.
Outro exemplo é Eliana Alves, 36 anos, professora estadual e municipal, de Cachoeirinha. Ela é casada e além dos dois empregos, tem dois filhos. Segundo ela “A maior dificuldade para conciliar isso tudo é conciliar isso tudo!” Falta tempo, sobram tarefas, o cansaço é grande, horas de folga durante a semana não existem só nos fins de semana livres ela consegue relaxar e dedicar seu tempo a família. Ela conta que seu sonho é ser dona de casa, mas as circunstancias da vida a impedem, e, se tivesse tempo ocioso, é bem provável que pensaria em trabalhar fora. Então, o ideal seria poder reduzir a jornada de trabalho para ter mais tempo com os filhos, Ramon, 7 anos, e Joana 3. Enquanto isto não acontece, ela acha tempo para ir a manicure, freqüentar a academia e a se policiar na hora da alimentação, para não ser vencida pela ansiedade.
Profissional, ela não deixa que nada da vida pessoal interfira no comprimento das suas tarefas. E completa dizendo: “A minha família é mais importante do que o meu trabalho, tanto que eu largaria do meu trabalho para ficar com eles em casa. Mas quando estou no meu trabalho, é meu trabalho e pronto”.
Ao analisar o posicionamento destas duas mulheres que se desdobram em vários papeis durante o dia, é possível entender porque o mercado de trabalho tem admitido e valorizando tanto suas funcionárias. Janaina e Eliana são belos exemplos de conciliação de maternidade com vida profissional. Elas matam um leão por dia, cuidam dos seus filhos, cabelos e unhas, e não abrem mão de amar e de serem amadas. Viva estas mulheres!

Matéria desenvolvida na disciplina de Projeto Experimental I no ano de 2011 com os colegas Jorge Sant´anna e Rodrigo Gil.


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