Motoristas temem ação de criminosos
Taxistas de Guaíba estão assustados
com a onda de assaltos a categoria que em 48 horas registrou 5 ocorrências em
diferentes pontos da cidade. Gerando insegurança principalmente aos
profissionais que trafegam pela madrugada.
A reportagem do JC conversou com
motoristas da região central, ouvindo relatos sobre as ações de criminosos e as
medidas preventivas que cada um tem adotado.
O cruel assassinato de Marcelo Cardoso
Ambos, em julho desencadeou uma serie de ataques a classe. O caso mais grave
registrado nos últimos dias é do motorista rendido por 3 elementos durante uma
corrida que o obrigavam a entrar na mesma estrada onde o colega havia sido
morto. Temendo por sua vida, o homem acelerou o veículo, colidindo contra um
poste quando um dos bandidos tentou assumir a direção. Na ação dois assaltantes
feridos foram presos no local e o terceiro homem perseguido e capturado. O
motorista precisou passar por uma cirurgia e segue hospitalizado.
O
dia a dia dos trabalhadores
Paulo Dias, taxista há quinze anos,
diz que por medida preventiva, pondera os passageiros que transporta pela
madrugada: “Preciso trabalhar, mas analiso quem e onde vou pegar”.
Assombrado pelos recentes ataques
ocorridos nos bairros Centro, Shell e Parque 35, Dias acredita que a forma mais
efetiva de combater a ação dos criminosos é a instalação de novas câmeras e a
manutenção das já existentes, além da realização de blitz com revista a
passageiros.
Assaltando há poucos dias, Gilberto
Casanova desabafa: “Não se tem mais segurança, nem no ponto”. O profissional
que trabalha na área há 10 anos, foi abandonado numa rua pouco movimentada da
cidade, sem as chaves do automóvel, depois de ter pertences e dinheiro
roubados.
No ponto da antiga Rodoviária, Telmo
Machado, conta que abandonou as corridas noturnas após ter sido vitima de um
casal armado às duas horas da manhã na saída de uma festa em direção ao bairro
São Francisco. “Hoje por segurança prefiro ir mais cedo para casa,” saliente.
Natural de Santo Angelo, Telmo diz que
a violência contra colegas ocorridas recentemente em Guaíba, é a mesma que vê
em outros municípios desde 1982. Na grande maioria dos casos praticada por
jovens, motivados pela falta de dinheiro para adquirir drogas.
Com um ano de praça, o motorista que
prefere não se identificar, falou sobre a insegurança do trabalho que o fez
adotar o turno diurno, trançando o perfil dos infratores como jovem entre 17 e
20 anos. “Eu acabo optando por transportar pessoas mais velhas e conhecidas,
nunca levo ninguém que nunca tenha visto pela cidade,” explica. Para ele o bom
funcionamento das câmeras e a instalação de novos equipamentos em pontos
estratégicos, como o de embarque, inibiriam a ação dos criminosos.
Outro motorista, que trafega pelas
ruas do município desde 1985, acredita que os assaltos são motivados pela falta
de abordagem a passageiros, pela facilidade de chegar as vitimas e a certeza da
impunidade. E conta que por medida de prevenção só atendem pessoas conhecidas e
em determinados horários.
Adriane Sarmento, única taxista mulher
de Guaíba, está no volante há 3 meses e conta com o cuidado dos colegas que
freqüentemente a ligam para saber de seu paradeiro. “Sempre oro a Deus pedindo
proteção. Gosto do meu trabalho e procuro tratar todos os passageiros de forma
igual”, conta.
Outubro
violento
Vitima de 3 assaltos em dez anos de
profissão, Faustão como é conhecido, fala sobre a tensão que viveu no dia 09 de
outubro: “Estava transportando um casal e no meio do percurso o homem colocou
uma arma na minha cabeça anunciando o assalto. Naquele momento pensei que era
mesmo o fim, pois ele falava o tempo que iria me matar.” Enquanto o assaltante recolhia
dinheiro e objetos do veículo, o taxista era agredido no rosto pela jovem. Ao
termino da ação ele foi forçado a entrar no porta mala e só não foi assassinado
friamente a pedido da mulher que viu em seu celular a foto dos filhos.
O drama de Marcelo que trancado e com
pouco ar lutava para sobreviver só teve fim três horas depois quando seus
colegas deram por conta de seu desaparecimento e rastrearam o paradeiro do
veículo o resgatando a tempo.
O policiamento está sendo intensificado
no município o que promete coibir novas ações de criminosos, mas o clima é de
preocupação entre os motoristas de táxi.
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