Pouco
conhecido e divulgado o câncer de mama masculino vitima pelo preconceito e
falta de informação. O numero dos casos
de neoplasia maligna em homens é pequeno em relação ao feminino, mas tem tratamento
dificultado pelo diagnostico tardio.
Indícios como glândula ou ferida no mamilo,
caroço atrás do bico e íngua aumentada na axila são sinais de alerta. A médica
mastologista, Maira Caleffi , esclarece que nem todo nódulo é câncer. Entre dez
casos que chegam a seu consultório, apenas um, após investigação e análise
laboratorial tem diagnostico positivo. O que não descarta a necessidade de
procurar um especialista diante de qualquer anomalia.
Durante o
atendimento pacientes com queixas sintomáticas, mas que não tem idéia do que
pode estar acontecendo: “A desinformação é a coisa mais importante hoje, o que
diferencia. O câncer de mama na mulher é tão comentado, mas muito menos falado
quando é em homem. Por isto o espanto dos homens quando se fala nesta doença,
quando se pede uma mamografia, acreditam que não tem glândula mamaria, quando
na verdade a possuem, apesar de involuída, como a de todos os mamíferos, ela
existe e está lá,” revela à mastologista.
O fator
agravante, segundo Maura, é a falta de informação e preconceito. Homens buscam
atendimento tardio, não sabem há quem recorrer o que eleva o índice de óbitos.
Por isto a grande necessidade de divulgação da doença. “Ele não está
aumentando, vem mantendo as mesmas proporções, mas continua vitimando,”
completa referindo-se as estatísticas. Que registra um caso masculino para cada
cem ocorrências em mulheres.
O tratamento
do câncer de mama masculino é semelhante ao feminino, o que diferencia é a
mastectomia. Em pacientes homens não há cirurgia parcial e sim a erradicação
total da glândula. Seguida de quimio ou radioterapia conforme a extensão da
doença, que geralmente desenvolve-se nos ductos mamários. A médica diz não
haver necessidade de auto-exame, basta estar atento a anormalidades, que podem
ser percebidas no banho ou espelho.
Grupos de risco
Muito mais
ligado a hereditariedade do que o da mulher, o câncer de mama masculino depende
do envelhecimento, idade e história genética. Maira acrescenta que “se tem um
caso confirmado é necessária uma pesquisa genética na família porque
provavelmente está ligado a um gem especifico.”
Homens com
ginecomastia (crescimento mamário) não tem mais chance de desenvolver a doença
que os demais, ela pode estar relacionada à obesidade, medicações ou aumento de
glândulas estimulado por hormônios, o que não remete o paciente a um grupo de
risco.
Falta de informação
Coordenadora
do Núcleo da Mama do Hospital Moinhos de Vento, a PH.D. é Presidente do IMAMA e
FEMAMA, organizações estadual e federal, que trabalham no apoio e orientação a
saúde da mama, em suas palestras trata da importância de identificar os
sintomas e combater a doença evitando estágios mais avançados. Especialista em
mastologia, vê na falta de informação a maior dificuldade de combater a doença:
“Não é tão freqüente, mas os homens precisam saber que isto pode acontecer. Apesar
de raro, existe” completa.
O IMAMA
divulga o assunto em seu trabalho junto ao publico feminino, estimulando a
presença de homens na platéia. Para que sejam adotadas medidas preventivas,
eliminando grupos de risco, formado em sua grande maioria por obesos, fumantes
e sedentários.
Divulgar a
doença entre amigos e familiares, orientar sobre sintomas e incentivar a
prática de hábitos mais saudáveis é a maneira mais eficaz de salvar vidas.
Comece pelas pessoas que estão ao seu redor. Faça sua parte!
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