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Príncipe de Outras Terras

"Só te peço viajante solitário que cruze lentamente o meu caminho..."




















O que queres de mim, homem querido?
Quando tudo que necessitas é bem mais
Daquilo que tenho para te dar?
Por trilhas infinitas percorres-te
A desbravar fronteiras
Sem se preocupar com tempo e hora de chegar
A algum, qualquer lugar...
Tornando as pedras e espinhos incapazes de te machucar.
Só te peço viajante solitário
Que cruze lentamente o meu caminho
Só assim o choque de nossos desejos contidos
Não será tão intenso
Como são as tempestades de verão
Que sempre deixam sinais...

Quando contemplo teus olhos
Que trazem um brilho negro,
Igual ao das noites sem luar
Amanheço vagando pelas ruas,
Sentindo teu cheiro selvagem a invadir meu corpo
E pergunto em vão aos elementos da terra onde,
Onde foi homem querido que os anos
Malvados e benditos esconderam a chave
Do paraíso que se descortina por detrás do teu olhar?
Lugar sagrado onde ninguém até hoje, conseguiu chegar...

Não chegue tão perto!
Por que quando te sinto próximo vejo meus segredos
Como folhas de um diário jogadas ao vento,
E então a mim parece que todas as emoções que já vivi
Diante de ti não possuem valor algum.
Por isto te peço que me respondas sem rodeios:
O que queres de mim homem querido?
O que queres quando sorri docemente das amarguras
Que trago em meu oculto?
Quem? Quem foi amado que provocou nosso desencontro?
Será que foram os janeiros entre nós
Que hoje afagam sutilmente teu rosto?

Talvez tenha sido este mesmo tempo
Quem despertou teu coração,
Pois só os eu ruído é capaz de despertar os bravos
E você recebeu bênçãos em meio a grandes temporais
Deixando que cada uma delas te fizesse mais homem
Porém ainda incapaz de fazer às vezes do destino
E dizer enfim o que realmente quer de mim.
Lamento por todas as luas que passamos separados,
Não assistindo e compartilhando com a devida emoção
Tantos pôr-de-sois...
Não contemplamos rebanhos, nem campos, nem mares.
Nem si quer brincamos com malmequeres,
E nunca colocastes florzinhas minúsculas nos meus cabelos.

Da imensa bagagem que trazes contigo
Percebo com dissabor que não faço parte.
Assim quis Deus que não dividíssemos o mesmo espaço
Tendo me mantido distante demais para te fazer um carinho,
Beijar tuas dores e oferecer-te um abraço solidário.

Por isto prossiga, segue...
Sem despertar ainda mais em mim os quero-queros
Pois a muito já havia decidido não sofrer destas dores
E se você não disser o que quer de mim
Antes de surgir no céu à primeira estrela
Vou sofrer mais uma vez deste mal de amores.

Comentários

  1. Assim quis Deus, janeiros entre nós!

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  2. Muito legal o teu espaço !!! Parabéns. Tenho um também, não tem este cunho jornalistico mas também tem muito da minha opinião. Bjus

    ResponderExcluir

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Você não deve dar crédito aos meus devaneios, Nem dizer que são feios os rabiscos que eu chamo de poesia. Você tem que continuar agindo com calma, Sem se preocupar com todas as fantasias que habitam minha alma. Nunca falei para alguém tudo que é importante para mim, Nem do fascínio que devoto por olhos assim. Então, quando fitei pela primeira vez, este céu sem lua, Percebi que jamais dormiria sossegada querendo tê-los para mim. Teu olhar castanho, que mostra teu ar tristonho, Nunca me falou dos sonhos teus. Mas despertou o brilho adormecido dos meus. Só te peço que não me judie, que não negue teu amor para mim. Eu não saberia amar outros olhos. Outros olhos assim. Porto Alegre, 27 de novembro, de 2001. Conheça a página  Jornal de Ideias Comunicação Digital   e con fira de perto todo  o trabalho realizado pela profissional que atua na produção dos conteúdos deste blog. Não é permitido reproduzir texto, imagem ou qualquer outro tipo de produção intelectual de um blog, sem a devida autori